segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Centenário da Republica: Comissão ainda não tem programa, calendário, manifesto, prioridades, objectivos ou princípios definidos

O presidente da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República, Artur Santos Silva, afirmou hoje que a sua equipa ainda não tem programa ou princípios definidos para celebrar esta efeméride da História de Portugal.

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"só falaremos em Setembro, porque até lá vamos preparar o programa em conjunto" afirmou Artur Santos Silva em Julho.

(22 de Setembro de 2008)


República/Centenário: Comissão ainda sem programa ou princípios definidos

As breves declarações de Artur Santos Silva foram proferidas após ter sido recebido pelo presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, encontro que durou quase duas horas, a 21 de Julho.

"Viemos conhecer as iniciativas planeadas pela Assembleia da República [para o Centenário das Comemorações da República] para que não haja sobreposições", declarou Artur Santos Silva à agência Lusa após o seu encontro com Jaime Gama.

Interrogado sobre os princípios que irão presidir à Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República, o banqueiro afirmou que "nada está ainda definido".

"Neste momento estamos a preparar o programa", disse.

Já sobre a existência de fortes divergências entre os historiadores portugueses, quer sobre o período que antecedeu a revolução de 05 de Outubro de 1910, quer sobre a experiência do regime da I República, o banqueiro deu uma resposta seca: "só falaremos em Setembro, porque até lá vamos preparar o programa em conjunto".

O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, empossou a Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República no passado dia 12 de Junho.

Tomada de posse da Comissão organizadora do Centenário da Republica

No acto de posse, o chefe de Estado afirmou que as comemorações do centenário vão ser uma das "mais importantes realizações cívicas e culturais que Portugal levará a cabo no futuro".

"O ano de 2010 avizinha-se e, por isso, há que avançar com rapidez e dinamismo", frisou, acrescentando que a tarefa desta comissão é "conceber e concretizar um programa que mobilize os portugueses" numa "celebração de alegria e festa, sem criar fracturas artificiais ou divisões que não se inscrevem no âmbito específico das comemorações da República".

Para além de Artur Santos Silva que preside, a Comissão tem como vogais Sarsfield Cabral, João José de Sousa Serra, Maria Fernanda Garcia Rollo e Raquel Henriques da Silva.

A composição desta Comissão foi anunciada pelo Governo a 16 de Maio e foi acordada entre o Executivo e o Presidente da República.

Relembramos que são funções primordiais desta comissão: "cabe à Comissão Nacional apresentar ao Governo a proposta de Programa das Comemorações, para aprovação no prazo de três meses após a respectiva nomeação"...portanto até Outubro
Quem é quem na comissão do Centenário da República?

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Artur Santos Silva, presidente do BPI. Figura pública com grande visibilidade, pelo que sabemos, descendente de republicanos com alguma influência na cidade do Porto e personalidade interessada em temas relacionados com a História e a Cultura do País. Basta relembrar a sua ligação à Porto - 2001: Capital Europeia da Cultura.

Maria Fernanda Rollo, integra o Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Doutorada em História Económica e Social Contemporânea, Professora Auxiliar do Departamento de História da FCSH da UNL; Coordenadora das Unidades de Investigação do Departamento de História da FCSH/UNL; Membro do Conselho de Redacção da revista Ler História; Membro fundador da Associação Portuguesa de História das Relações Internacionais (APHRI); Membro da Associação Portuguesa de História Económica e Social.

Obras publicadas: Portugal e o Plano Marshall, Estampa, Lisboa, 1994;"Percursos Cruzados", in Engenho e Obra. Uma abordagem à História da Engenharia em Portugal no Século XX, Coord. J. M. Brandão de Brito, Manuel Heitor e Maria Fernanda Rollo, Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2002; "Inovação e produtividade: o modelo americano e a assistência técnica americana a Portugal no pós-guerra", in Momentos da Inovação e engenharia em Portugal no Século XX, 3 vols., coord. de J. M. Brandão de Brito, Manuel Heitor e Maria Fernanda Rollo, Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2004.

Projectos de Investigação (entre outros): Coordenação geral (com J.M. Brandão de Brito e Manuel Heitor) do projecto Engenho e Obra. História da Engenharia em Portugal no Século XX;
Coordenação do projecto História e Património do Grupo PT;
Coordenação do projecto Emigração e Comunidades Portuguesas.

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João Bonifácio Serra, Professor Adjunto, em regime de tempo integral e dedicação exclusiva, na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha (Instituto Politécnico de Leiria). Licenciado em História na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1974, exerceu funções como docente do ensino secundário de 1971 a 1978. Em 1979 entra como Assistente Estagiário no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa até 1984, transitando depois para o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, onde permanece até 1994. Exerceu depois a função de vogal da Comissão Instaladora da Escola Superior de Arte e Design das Caldas da Rainha do Instituto Politécnico de Leiria (1989 a 1991). Docente na Escola Superior de Artes e Design, Cursos de Artes Plásticas, Design e Animação Cultural (desde Agosto de 2004). Desempenhou as funções de Consultor (1996-1997) e assessor (1997-2004) da Casa Civil do Presidente da República Dr. Jorge Sampaio, e, posteriormente,Chefe da Casa Civil do Presidente da República (Setembro de 2004 a Março de 2006).

Publicou:"A Primeira República Portuguesa: evolução política (1910-1926)", in Portugal Contemporâneo, vol. III, coordenado por António Reis, Lisboa, Alfa, 1991; "Francisco Grandela: um retrato", in Francisco Grandela, o Grande Homem, Lisboa,1994;“Administração e Política no 1º quartel do Século XX”, in História dos Municipios e do Poder Local em Portugal, coord. de César Oliveira, Lisboa, Círculo de Leitores, 1996; "Egas Moniz" e diversas outras entradas no Dicionário de História do Estado Novo,coord. de Fernando Rosas e J. M. Brandão de Brito, Lisboa, Círculo de Leitores, 1997; "O sistema político da Primeira República", in A Primeira República Portuguesa – entre o Liberalismo e o Autoritarismo, coord. de Nuno Severiano Teixeira e António Costa Pinto, Lisboa, Colibri, 1999; "Manuel de Arriaga", "João do Canto e Castro", "Jorge Sampaio", in Os Presidentes da República, coord. de António Costa Pinto, Lisboa, Temas e Debates, 2001; "Manuel Pinheiro Chagas" e diversas outras entradas in Dicionário Biográfico Parlamentar, coord. de Maria Filomena Mónica, Lisboa, 2005/2006; Manuel de Arriaga: uma Biografia Política, Lisboa, Museu da Presidência da República, 2006. Os interessados podem encontrar o currículo completo na página que este historiador disponibiliza juntamente com outras informações importantes sobre a sua carreira.

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Raquel Henriques da Silva, reconhecida historiadora de arte, que esteve ligada ao Instituto Português de Museus e à leccionação na Universidade Nova de Lisboa, onde se dedicou ao urbanismo e arquitectura, entre outras áreas. Figura bastante dinâmica ligada a diversos projectos em destaque nos últimos anos. Publicou diversos títulos ligados à História da Arte.

Por fim, uma figura com prestígio nos meios da comunicação social,
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Francisco Sarsfield Cabral, colaborador de jornais de referência como o Público, o Diário de Notícias entre outros, e director de informação da Rádio Renascença. Publicou também diversas obras no domínio da ética e diversos ensaios sobre as mais variadas temáticas.

Aguardamos com expectativa as propostas e actividades a levar a efeito entre 2010 e 2011 e cá estaremos para as analisar.

fonte:
Somos Portugueses

1 comentário:

Anónimo disse...

Vejam lá como os monárquicos andam obcecados com essa questão do centenário da República!
As próprias pessoas encarregues de dirigir essas comemorações ainda nem têm programa, caledário, manifesto, prioridades ou objectivos definidos!
Acho que afinal os monarquicos são é republicanos, dão mais importância á República do que os republicanos.